Público: 'De Nuno Markl a Eunice Muñoz, mais de 240 personalidades pedem fim de touradas na RTP'
Carta assinada também pelo eurodeputado Francisco Guerreiro
"Na carta dirigida ao ministro das Finanças e ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, os signatários propõem “ter uma RTP mais conectada às preocupações éticas das/os telespectadoras/es, nomeadamente no que à protecção dos animais diz respeito”.
Actores, escritores, jornalistas, músicos, coreógrafos, cantores, cientistas e pessoas de outras áreas. São mais de 240 as personalidades que assinaram uma carta, divulgada esta segunda-feira, 31 de Maio, a pedir a revisão do contrato de concessão do serviço público de rádio e de televisão entre o Estado e a RTP, advogando que se acabe com a transmissão de touradas no canal.
Na carta dirigida ao ministro das Finanças, João Leão, e ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, os signatários garantem que, se a revisão for feita, “poderemos finalmente ter uma televisão pública livre da transmissão de espectáculos que se baseiam na violência contra animais e normalizam tais comportamentos, como, por exemplo, sucede na tauromaquia”.
No documento, as personalidades relembram vários pontos que foram transcritos da versão preliminar do contrato, ressaltando que a cultura e a língua portuguesa são “promotoras dos direitos humanos, de um ambiente sustentável e do bem-estar dos animais” e que a RTP deve “promover o acesso do público às manifestações culturais portuguesas, desde que as mesmas não atentem contra os direitos humanos, a sustentabilidade ambiental e o bem-estar dos animais”.
Só com o fim da transmissão de touradas, “poderemos ter uma RTP mais conectada às preocupações éticas das/os telespectadoras/es, nomeadamente no que à protecção dos animais diz respeito”, defendem.
Esta tomada de posição surge depois de, na passada semana, ter sido publicada uma “Carta Aberta pela Liberdade de Programação na RTP”, assinada por 125 personalidades que não podem “aceitar a criação de uma política cultural de Estado ou dirigista do canal público, delimitação do acesso à cultura e às diferentes expressões das gentes e comunidades dos vários pontos do pais”.
Os signatários da carta a favor das touradas na RTP argumentam que “a diversidade regional e das suas expressões culturais não podem ser alvo de censura num canal público, que se pretende de todos e para todos”.
Na carta pró-touradas, os signatários concluem que escrevem para “reiterar a necessidade de que as limitações indicadas sejam alteradas na versão final do contrato de serviço público de rádio e televisão, salvaguardando a lei e o respeito pela diversidade cultural que todos os portugueses merecem”."
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