Mais de duas dezenas de organizações portuguesas e internacionais desafiaram esta sexta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, a mudar os seus hábitos alimentares, adotando uma alimentação de base vegetal. O objetivo da iniciativa é “sensibilizar a população mundial para os benefícios deste tipo de alimentação e a sua implicação na redução das alterações climáticas”, lê-se em comunicado.
A carta aberta subscrita em Portugal pela Quercus, Associação Zero e WWF Portugal é o ponto de partida da campanha mundial Plead for Planet, lançada pela Associação Vegetariana Portuguesa nesta sexta-feira, data em que se assinala o Dia da Gastronomia Sustentável e em que Guterres tomou posse para um segundo mandato como secretário-geral da ONU. Paralelamente à missiva, foi lançada uma petição desafiando o antigo primeiro-ministro de Portugal a adotar uma dieta à base de plantas.
“António Guterres é, sem dúvida, a figura da ONU que mais fez para colocar o combate às alterações climáticas na agenda, e uma das individualidades a nível mundial que mais tem contribuído para cimentar na mente coletiva a necessidade de transformarmos o nosso paradigma civilizacional e o modo de coexistirmos neste planeta com os ecossistemas e as outras espécies”, explicou ao Expresso Nuno Alvim, presidente da Associação Vegetariana Portuguesa.
“Por isso, tomámos a iniciativa de apelar a que o secretário-geral da ONU, recém empossado para um segundo mandato, dê também o exemplo individual neste combate à crise climática, através de uma pequena mudança simbólica na sua alimentação, que reflita o que são as recomendações da própria instituição que representa e de diversos comités científicos", refere Alvim. “Alcançar as metas dos acordos climáticos e limitar o aquecimento global exige uma alteração drástica dos hábitos alimentares, particularmente nos países ocidentais, e um incentivo à adoção de dietas baseadas em proteína vegetal, cuja pegada ecológica é significativamente menor, dada a maior a sua maior eficiência produtiva.”
A campanha foi lançada na manhã desta sexta-feira no Largo das Necessidades, em Lisboa, em frente ao edifício da Comissão Nacional da UNESCO. Entre os subscritores da carta aberta estão também figuras públicas como Fernanda Freitas, Iva Lamarão, José Mata, Mafalda Luís de Castro e Rita Blanco."
Francisco Guerreiro assintou esta carta.
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