Nova gente: 'Nuclear? Nem Obrigado'
A transição para um modelo económico de baixo carbono é um processo complexo. E este processo tem sido liderado pela União Europeia (UE) tanto a nível dos Estados-Membros como dentro do mercado único comunitário.
E para consagrar esta transição têm sido apresentadas várias propostas com metas, de modo a garantir que em 2030 consigamos reduzir 55% de emissões de gases com efeito de estufa no espaço europeu e atingirmos a neutralidade carbónica em 2050. Para este fim foi apresentado o Pacto Ecológico Europeu e outros pacotes que sectorialmente nos ajudam a atingir estes objectivos. Entre eles está a taxonomia verde, ou seja, a lista de actividades que podem ser consideradas limpas e que beneficiarão económica e fiscalmente desta transição.
Esta opção está nas mãos da Comissão Europeia, que através de um acto delegado irá apresentar a sua proposta.
Em Portugal, e bem, o ministro do Ambiente, junto com outros nove países da UE, pressionou a Comissão para não incluir o nuclear e o gás na proposta de taxonomia (como energia de transição). Isto porque irá validar que as mesmas sejam consideradas limpas, o que é inerentemente errado, e facilitará a alocação de dinheiro público para estas pesadas indústrias. Expectavelmente, quem tem liderado a pressão política são os países onde o nuclear é rei, nomeadamente a França, e as indústrias que poderão receber avultados subsídios para construir e gerir estas unidades dispendiosas em recursos materiais e capital.
Em Portugal não precisamos de nuclear, mesmo que de última geração, pois estamos muito longe da capacidade instalada em renováveis, como é errado externalizar os riscos de segurança para outras gerações e ficar expostos a possíveis atentados terroristas nestas unidades. A longa tradição social, de todas as organizações ambientais, tal como da esmagadora maioria dos partidos em Portugal, está certa. Nuclear em Portugal não. Nunca.
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Quinta-feira, 04 de Agosto de 2022
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