Eurodeputado Francisco Guerreiro quer o fim da exploração de golfinhos no Zoomarine e no Jardim Zoológico de Lisboa
Bruxelas, 28 junho de 2023 - O evento organizado em Bruxelas teve como objetivo reunir diversas entidades, biólogos e organizações não-governamentais (ONG) para discutir a necessidade de a União Europeia (UE) promover o fim gradual da exploração de cetáceos para entretenimento humano, e da criação de santuários para o fim de vida condigno destes animais caso não haja a possibilidade de sobrevivência destes nos ecossistemas marinhos.
O evento ressaltou as muitas preocupações sobre a manutenção destes animais em aquários, incluindo as condições não naturais em que são forçados a viver, resultando em problemas de bem-estar e na incapacidade de exibirem comportamentos naturais.
O Eurodeputado Francisco Guerreiro apoiou a criação de legislação comunitária que proíba a exploração e exibição destes mamíferos marinhos, incluindo o fim da sua reprodução e importação, impedindo também o estabelecimento de novos delfinários. Demonstrou ainda apoio para que estes animais sejam gradualmente retirados dos atuais cativeiros e entregues a santuários à beira-mar.
“Temos uma grande linha de costa e o nosso país poderia posicionar-se na vanguarda da reabilitação destes animais, podendo até realizar parcerias com faculdades de biologia e atrair conhecimentos científico externo. Pouco se aprende ao ver animais presos em aquários, ao contrário do prometido pelo Zoomarine e outros zoos; mas muito se pode aprender com a reabilitação destes animais e com a sua observação em ambiente natural”, comentou o Eurodeputado.
A ONG Dolphinaria Free Europe (DFE), que representa a nível Europeu várias organizações nacionais de proteção animal, apresentou o seu estudo com recomendações políticas para a União Europeia alcançar gradualmente o fim do cativeiro de golfinhos e outros cetáceos. A porta-voz da DFE, Margaux Dodds, comentou que “Há décadas que golfinhos, baleias e botos têm sido forçados a atuar em circos pela recompensa de peixes mortos, enquanto vivem em tanques estéreis de cimento. As evidências científicas são conclusivas: os cetáceos sofrem em cativeiro”.
“A manutenção de cetáceos em cativeiro é cruel. Nenhum dos delfinários da UE cumpre os requisitos da Diretiva 1999/22/EC, incluindo o Zoomarine e o Zoo de Lisboa. Devemos acabar com estas atrações arcaicas em Portugal e na União Europeia, e enfatizar a proteção na natureza destas criaturas altamente inteligentes”, acrescenta o Eurodeputado Francisco Guerreiro.
Atualmente, ainda existem 30 delfinários que abrigam cerca de 300 cetáceos individuais em 14 Estados-Membros da UE. Várias jurisdições em todo o mundo, inclusive na União Europeia (por exemplo, na Croácia e Eslovénia), já proíbem a importação de golfinhos e/ou cetáceos em cativeiro e outros países encontram-se a discutir o assunto (França) - indicando que há um impulso para uma Europa livre da exploração destes animais.
Em Portugal há cerca de 32 golfinhos em cativeiro: 26 no Zoomarine e 6 no Jardim Zoológico de Lisboa. Os protestos contra a exploração destes animais têm vindo a ser mais frequentes, tendo a última ocorrido em junho 2023, no Zoomarine, no Algarve.
Em Portugal há cerca de 32 golfinhos em cativeiro: 26 no Zoomarine e 6 no Jardim Zoológico de Lisboa. Os protestos contra a exploração destes animais têm vindo a ser mais frequentes, tendo a última ocorrido em Junho 2023. Em 2019, a World Animal Protection incluiu o Zoomarine numa lista de 12 espaços a evitar pelo abuso animal, após verificar que os animais eram repetidamente forçados a transportar barcos com crianças em círculos, usados como pranchas de surf, forçados a realizar ‘truques’ ao som de música alta, entre outros.
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Segunda-feira, 01 de Julho de 2024
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