Pergunta à CE: Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030: o problema da poluição luminosa
Veja aqui a pergunta de Francisco Guerreiro à Comissão Europeia e respetiva resposta sobre a Estratégia de Biodiversidade da União Europeia (UE) para 2030 e o problema da poluição luminosa.
Assunto: Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030: o problema da poluição luminosa
Uma estratégia de proteção e recuperação da biodiversidade não pode estar completa se não contiver medidas destinadas a reduzir a poluição luminosa que visem limitar os seus efeitos na perda de biodiversidade.
A poluição luminosa consiste na alteração dos níveis de iluminação natural devido à luz artificial à noite. Está a aumentar rapidamente, mesmo fora das cidades, e há uma necessidade premente de controlar e reduzir os seus efeitos negativos. A luz artificial à noite constitui um poderoso fator de stress ambiental e existe um amplo consenso científico de que representa uma ameaça para a biodiversidade. Sabe-se que a poluição luminosa provoca a fragmentação dos habitats, perturbando a fisiologia e o comportamento da fauna. Isto também tem fortes consequências transfronteiriças, uma vez que os efeitos da poluição luminosa podem estender-se por centenas de quilómetros a partir das fontes de luz e para além das fronteiras dos Estados-Membros. Por conseguinte, é necessária legislação a nível da UE para resolver o problema com êxito.
1. Por que razão decidiu a Comissão não incluir referências expressas à poluição luminosa, sempre que pertinente, na sua Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030?
2. Concorda a Comissão que o problema da poluição luminosa e dos seus efeitos na biodiversidade deve ser resolvido com a maior brevidade possível a nível da UE?
Resposta escrita
Embora não existam referências diretas à poluição luminosa no Pacto Ecológico[1] nem na Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030[2] que lhe está associada, a Comissão está ciente de que pode ser um problema em termos de perda de biodiversidade. A este respeito, a consecução do principal objetivo da estratégia — travar e inverter a perda de biodiversidade — e das respetivas ações e metas pode implicar a tomada de medidas relativas à poluição luminosa, juntamente com o combate a todos os principais fatores de perda de biodiversidade.
Além disso, a Comissão ponderará as possibilidades de abranger a poluição luminosa nos trabalhos em curso sobre o plano de ação para a poluição zero[3], cuja publicação está prevista para 2021. A recolha de observações sobre o roteiro[4] para o plano de ação decorreu durante outubro de 2020, estando atualmente a Comissão a analisar os contributos apresentados. Acresce que foi lançada uma consulta pública em linha[5] em 11 de novembro de 2020, que decorrerá até 10 de fevereiro de 2021 e constituirá uma oportunidade para as partes interessadas apresentarem contributos sobre uma série de temas, incluindo sobre várias fontes de poluição, nomeadamente a poluição luminosa. A poluição luminosa está igualmente incluída na noção de «poluentes» na aceção do Regulamento Financiamento Sustentável[6].
[4] https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/have-your-say/initiatives/12588-EU-Action-Plan-Towards-a-Zero-Pollution-Ambition-for-air-water-and-soil.
[5] https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/have-your-say/initiatives/12588-EU-Action-Plan-Towards-a-Zero-Pollution-Ambition-for-air-water-and-soil.
[6] Artigo 2.º, ponto 10, do regulamento (UE) 2020/852 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de junho de 2020, relativo ao estabelecimento de um regime para a promoção do investimento sustentável, e que altera o Regulamento (UE) 2019/2088 (JO L 198 de 22.6.2020, p. 13).
ParlTrack - Francisco Guerreiro considerado um dos eurodeputados mais produtivos
Segunda-feira, 01 de Julho de 2024
O site analítico ParlTrack registou todas as acções parlamentares dos deputados Europeus durante o mandato 2019-2024 considerando Francisco Guerreiro um dos mais produtivos.LER MAIS