Verdes contra nuclear e gás na taxonomia verde
Bruxelas, 1 de Janeiro de 2022- O Grupo Parlamentar dos Verdes/ Aliança Livre Europeia manifestou-se contra a taxonomia 'verde' do nuclear e do gás e desafia os deputados a recusar a proposta do catálogo de critérios para investimentos sustentáveis, em que a Comissão Europeia classifica com sustentáveis os investimentos em centrais nucleares ou a gás para produzir electricidade.
Ska Keller, Co-Presidente do Grupo Verdes/ALE considera que “classificar os investimentos em gás e energia nuclear como sustentáveis contradiz o Green Deal. Greenwashing e Green Deal não andam juntos. Para respeitar os acordos climáticos de Glasgow e fazer da União Europeia o primeiro continente neutro para o clima, a Comissão deve orientar os investidores para investimentos verdadeiramente sustentáveis. O gás e a energia nuclear não entram nesse catálogo de critérios para investimentos sustentáveis. O lixo nuclear é altamente radioactivo e será um risco para as pessoas e para o meio ambiente durante séculos. A Comissão deve respeitar a sua própria lei".
Também Philippe Lamberts, Co-Presidente dos Verdes afirma que “embora reconheçamos que a Comissão está a impor condições tanto ao gás como ao nuclear, continuamos convencidos de que nenhum dos dois tem lugar no regulamento. Ao incluí-los no acto delegado, a Comissão corre o risco de comprometer a credibilidade do papel da UE como mercado líder para o financiamento sustentável. Os principais investidores privados alertaram que tal inclusão os levaria a não usar a taxonomia da UE. Além disso, ao chamar os investimentos em gás de verdes até 2030, a Europa envia um sinal errado aos nossos parceiros no mundo e corre o risco de nos encerrar em fósseis por muito mais tempo após 2030, colocando em risco os 1,5 graus (de aquecimento). Sabemos que a Comissão tem sofrido pressões intensas dos lobbies do gás e do nuclear, concretamente do governo francês, para considerar como verdes essas energias do passado. A taxonomia trata do estabelecimento de um padrão-ouro para futuros investimentos verdes, que pode ser usado para outras propostas, como os Títulos Verdes da UE. Esses padrões não devem ser poluídos por gás e energia nuclear. A boa notícia é que a taxonomia não precisa desse ato delegado para funcionar; portanto, pedimos aos membros do Parlamento Europeu que votem contra a proposta e enviem um sinal claro de que apoiamos totalmente um Green Deal europeu coerente e ambicioso ”.
A Comissão Europeia anunciou ter começado a 31 de dezembro consultas ao grupo de peritos dos Estados-Membros e à Plataforma sobre Finanças Sustentáveis sobre um projeto de lei complementar de taxonomia para abranger algumas atividades de gás e nucleares. As contribuições são esperadas até dia 12.
A proposta da Comissão será analisada pelo Conselho, mas pode ser rejeitada pelo Parlamento Europeu.
De frisar que o Clube de Roma também emitiu a sua posição contra a inclusão do nuclear e do gás na taxonomia verde como actividades de transição verde: https://www.clubofrome.org/impact-hubs/rethinking-finance/eu-taxonomy-reaction/
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