Diário de Notícias: 'Portugal está à frente de apenas dois países nos altos cargos do Parlamento Europeu'

Diário de Notícias: 'Portugal está à frente de apenas dois países nos altos cargos do Parlamento Europeu'

  • Quarta-feira, 24 de Julho de 2024

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Falta de experiência dos 21 eurodeputados portugueses, quase todos eleitos pela primeira vez, levou à perda de influência. Alemanha e Itália distanciam-se de França por causa do “cordão sanitário” aos Patriotas.

A eleição dos presidentes e vice-presidentes das comissões e subcomissões do Parlamento Europeu, realizada na manhã desta terça-feira, confirmou os sinais de perda de influência de Portugal em Estrasburgo e Bruxelas. A socialista Marta Temido foi a única, de entre os 21 eurodeputados eleitos pelos portugueses a 9 de junho, a obter um cargo de destaque, tornando-se a primeira vice-presidente da Subcomissão de Direitos Humanos, pelo que apenas dois dos 27 Estados-membros da União Europeia (Chipre e Eslovénia) estão ainda menos representados, sem nenhum eleito na mesa da presidência ou entre os presidentes e vice-presidentes das 20 comissões e quatro subcomissões na legislatura que arrancou na semana passada.

Nas últimas semanas era voz corrente no Parlamento Europeu que a enorme renovação da delegação portuguesa, com apenas a social-democrata Lídia Pereira (que continua vice-presidente do Partido Popular Europeu) a transitar da legislatura anterior, teria consequências negativas. Responsáveis pelos grupos políticos e pela liderança do Parlamento Europeu coincidiam na previsão de que seria impossível repetir a presença de eurodeputados nacionais em lugares de destaque nas comissões, o que tende a implicar longos anos de experiência em Estrasburgo e Bruxelas.

Os principais partidos optaram por fazer um reset nos seus candidatos, o que começou logo no rescaldo das Legislativas, quando Luís Montenegro chamou Paulo Rangel, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho e Cláudia Monteiro de Aguiar (PSD), bem como Nuno Melo (CDS) para o seu Governo, promovendo a saída da maioria dos representantes nacionais do Partido Popular Europeu. O que foi reforçado quando Pedro Nuno Santos decidiu renovar completamente a lista do PS, prescindindo de todos os eurodeputados socialistas da legislatura anterior, incluindo veteranos como Pedro Silva Pereira e Margarida Marques, e os ex-ministros Pedro Marques e Maria Manuel Leitão Marques.

Perante isto, e o estatuto de recém-chegados dos eleitos do Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda e PCP, não foi uma surpresa que Portugal tenha menos altos cargos no Parlamento Europeu do que nove países que elegeram menos eurodeputados.

Nos antípodas de Portugal encontram-se os países mais populosos da União Europeia, a começar pela Alemanha, que tem dois vice-presidentes do Parlamento Europeu, bem como sete presidentes e dez vice-presidentes de comissões, num total de 19 altos cargos, logo seguida pela Itália, que também tem dois vice-presidentes, dois presidentes de comissões e 13 vice-presidentes.

Mas o cordão sanitário em relação aos dois grupos mais à direita no hemiciclo, nomeadamente aos Patriotas pela Europa (que inclui os dois eurodeputados do Chega e constitui a terceira “família” mais numerosa, só atrás do Partido Popular Europeu e dos Socialistas & Democratas), contribuiu para que a França esteja muito sub-representada nos lugares de destaque, face à exclusão da Reunião Nacional, que foi o partido que viu mais eleitos tomar posse em Estrasburgo. Os franceses têm apenas um vice-presidente e um questor (que trata de assuntos financeiros e administrativos dos restantes eurodeputados) na mesa do Parlamento Europeu, duas presidências de comissão e seis vice-presidências, num total de 10 altos cargos. E vê-se ultrapassada por países com menos eleitos, como Espanha (dois vice-presidentes, três presidentes de comissões e oito vice-presidentes) e a Polónia (uma vice-presidente, um questor, três presidentes de comissões e seis vice-presidentes).

Há ainda casos de países em que grande parte dos eurodeputados têm lugares de destaque: o Luxemburgo tem um questor e dois vice-presidentes de comissões entre seis eleitos. E embora Malta só tenha um alto cargo entre seis eleitos, conta com a presidente (reeleita) do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

Temido é a única vice-presidente

Marta Temido foi ontem eleita vice-presidente da Subcomissão de Direitos Humanos, sendo a socialista a única de entre os 21 portugueses a obter um lugar de destaque no Parlamento Europeu.

Na semana passada, aquando da eleição dos 14 vice-presidentes da maltesa Roberta Metsola, confirmou-se que ninguém seguiria os passos de Pedro Silva Pereira (PS) na legislatura anterior. Foram então vice-presidentes de comissões Margarida Marques (Orçamento), Maria Manuel Leitão Marques (Mercado Interno), Maria da Graça Carvalho (Pescas), José Gusmão (Assuntos Monetários e Económicos), Sandra Pereira (Emprego) e Francisco Guerreiro (Agricultura).

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