A bancada dos Verdes no Parlamento Europeu já foi informada da saída de Francisco Guerreiro do PAN e confirma continuidade do eurodeputado no Grupo.
O eurodeputado Francisco Guerreiro deixa o PAN - Pessoas-Animais-Natureza, mas vai continuar no Parlamento Europeu e a pertencer à bancada europeia dos Verdes. Ao Expresso, a copresidente do grupo, Ska Keller, adianta que o português já comunicou "a decisão de deixar o PAN e de continuar a trabalhar no Parlamento como independente".
As divergências entre Guerreiro com o partido liderado por André Silva não têm impacto no grupo político europeu. "Temos uma muito boa relação de trabalho com ele e continuará a ser membro do Grupo dos Verdes/EFA2", adianta a eurodeputada alemã.
Ainda antes de saber que elegia um eurodeputado, já o PAN tinha já negociado a possível entrada para a bancada dos Verdes europeus. O lugar que veio a confirmar-se na noite de 26 para 27 de maio do ano passado, fez de Francisco Guerreiro, aos 34 anos, o primeiro (e único) eurodeputado do PAN, tomando posse em julho.
Menos de um ano depois de ter entrado em funções em Bruxelas e Estrasburgo, Francisco Guerreiro sai do partido alegando "divergências políticas com a direção" e "falta de identificação política com várias posições relevantes". Na resposta, o porta-voz, André Silva, fala em "profunda desilusão", lamenta as tentativas de diálogo “infrutíferas” e deixa o recado de que o eurodeputado devia ter renunciado ao mandato em “respeito” pelos que votaram no PAN nas últimas eleições europeias.
No Parlamento Europeu, Francisco Guerreiro é o primeiro vice-presidente da comissão de agricultura e desenvolvimento rural e é também membro nas comissões dos Orçamentos e Pescas.
Apesar de cortar os laços ao partido que o elegeu, mantém-se no cargo de eurodeputado, tal como aconteceu com António Marinho e Pinto na última legislatura (rompeu com o MPT) e anteriormente com Rui Tavares. De acordo com as regras do Parlamento Europeu, os mandatos pertencem aos eurodeputados e não aos partidos pelos quais são eleitos.
No caso de Rui Tavares, ao cortar relações com o Bloco de Esquerda, o então eurodeputado mudou da bancada da Esquerda Unitária para a dos Verdes, onde está agora Francisco Guerreiro. Foi também na bancada ecologista que Marinho e Pinto tentou um lugar, quando foi eleito em 2014, mas as negociações não correram bem e acabou no grupo dos liberais.
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Quarta-feira, 17 de Novembro de 2021
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