Nova Gente: 'O colapso Chinês'

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Recentemente escrevi sobre os problemas que a República (In)Popular da China enfrenta. Com os actuais dados económicos e o seu colapso demográfico, a situação agrava-se.

O regime chinês tem entre braços uma implosão demográfica, devido ao impacto da política aberrante de um filho só (maioritariamente do sexo masculino), da explosiva urbanização e do crescimento da classe média no país que, num sistema de crescimento perpétuo (sistema de dito desenvolvimento promovido por todas as economias contemporâneas), é um sinal alarmante. Mais, no sector imobiliário, que representa cerca de 25% do PIB Chinês, considerando que a maioria das poupanças dos chineses são investidas neste sector, as duas maiores empresas do sector, Evergrande e Country Garden, têm uma dívida no valor de cerca de 300 e 196 mil milhões de dólares, respectivamente.

Acresce ao facto da economia estar a “arrefecer”, com as suas exportações em queda, a existência de uma taxa de desemprego oficial jovem de mais de 20% e, se juntarmos o reforço da economia Japonesa e Sul Coreana, a estratégia de desvinculação de vários Estados-Membros e mesmo da União Europeia da economia chinesa, tal como o aumento da competição por manufacturas pela Índia e pelo México, que apresentam factores mais competitivos nomeadamente nos custos de trabalho e na demografia, prevêem-se anos conturbados, senão críticos, para o regime autocrático Chinês.

 Infelizmente numa economia hiper centralizada existe sempre um elevado potencial de a escala de tirania se reforçar (e.g. Tiananmen em 1989). Mas não tenhamos dúvidas. Num modelo de crescimento económico infinito, base de qualquer modelo capitalista, liberal, socialista, comunista e afim, onde o consumo desmesurado é o motor da economia, num planeta de recursos finitos e em pleno colapso ecológico, apenas loucos continuarão a promover o problema como a solução. Por isto tudo não se surpreendam se a China entrar numa crise profunda e os seus efeitos se repercutirem em todo o Mundo.

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