Jornal Económico: 'Eurodeputados portugueses saúdam abertura ao processo de adesão da Ucrânia à UE'
Estados-membros adotaram hoje uma resolução sobre a “agressão russa contra a Ucrânia”. Paulo Rangel sublinhou que o importante foi conseguido, que “era dar o sinal” de abertura: O mais importante foi dar sinais. Por um lado, mostrar solidariedade ao povo ucraniano e, por outro lado, mostrar abertura ao processo de adesão à UE”.
O Parlamento Europeu reuniu-se esta manhã em Bruxelas para debater a resposta ao conflito na Ucrânia perante a agressão ordenada pelo Kremlin, numa sessão que ficou marcada pela intervenção emotiva de Volodymyr Zelensky perante os eurodeputados, que mostraram unanimemente o seu apoio ao povo ucraniano.
À margem do encontro, durante o qual os Estados-membros adotaram uma resolução sobre a “agressão russa contra a Ucrânia”, alguns representantes portugueses de diferentes grupos políticos congratularam o bloco pela abertura ao processo de adesão da Ucrânia.
Ciente da morosidade do processo, Paulo Rangel sublinhou que o importante foi conseguido, que “era dar o sinal” de abertura: “O Parlamento Europeu obviamente tinha que ter uma condenação desta agressão. (…) O mais importante foi dar sinais. Por um lado, mostrar solidariedade ao povo ucraniano e, por outro lado, mostrar abertura ao processo de adesão à UE”.
O eurodeputado elencou um conjunto de mudanças que o novo contexto geopolítico vai apresentar à Europa, nomedamente no que diz respeito à energia e à defesa e segurança.
Questionado sobre se o presidente russo acabou por promover a união entre os Estados-membros, o político do PSD concordou que “Putin permitiu que a Europa ganhasse consciência da importância da união”.
“Faltava despertar. Não há dúvida de que algumas medidas dos últimos quatro, cinco dias foram tomadas graças à pressão da opinião pública, jornalistas, redes sociais, (…), que pressionaram os governos para atuarem de forma rápida e firme”, explicou.
Por sua vez, Margarida Marques, do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, salientou a importância de a resolução ter tido “o consenso de todas as famílias políticas”, “manifestando o apoio à Ucrânia e rejeitando a ação de Putin” naquele que é um avanço que “confirma aquilo que a UE está disposta a dar à Ucrânia e ao povo ucraniano no futuro em matéria de ajuda humanitária” e no apoio que necessita agora.
“A unidade da UE foi assegurada. Uma unidade que já tínhamos tido durante a Covid. O que é novo é na área da defesa”, salientou.
Francisco Guerreiro, eurodeputado independente, abordou a dependência energética como “um debate que já devia ter sido feito há mais tempo”.
“Transitar para uma sociedade descarbonizada. Se não for agora, nao será. Vemos que não podemos estar dependentes deste tipo de regimes, mas temos de ter cautela. Não podemos colocar-nos nas mãos de outros regimes”, disse, sublinhando que o importante para os próximos tempos é “o apoio ao povo ucraniano”.
Durante a sessão desta terça-feira, a presidente do Parlamento Europeu deixou claro o seu apoio à atribuição à Ucrânia do estatuto de candidato à União Europeia (UE), após a invasão russa.
“Reconhecemos a perspetiva europeia da Ucrânia. Como a nossa resolução [que será hoje debate] afirma claramente, congratulamo-nos com a candidatura da Ucrânia ao estatuto de candidato [à UE] e, trabalharemos em prol desse objetivo”, comentou Roberta Metsola.
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