Bruxelas, 15 set 2020 (Lusa) -- O eurodeputado português Francisco Guerreiro considerou hoje que a nova meta ambiental da Comissão Europeia, de redução de 55% das emissões poluentes até 2030, foi um "marco positivo" do discurso do Estado da Nação de Von der Leyen.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje, no seu primeiro discurso sobre o Estado da União, uma nova meta comunitária para redução de emissões poluentes, que passa a ser de 55% até 2030 em vez dos anteriores 40%.
Em declarações à agência Lusa no final do discurso, o eurodeputado não inscrito Francisco Guerreiro (eleito pelo PAN e entretanto desfiliado do partido) considerou que este foi o "marco mais positivo do discurso", congratulando-se que a recuperação económica e social europeia pós-crise da covid-19 tenha "uma meta ecológica" prevista e reforçada.
"Porém, como ponto negativo, apontou o facto de não ter havido [no discurso] foco na Política Agrícola Comum e no Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas e de não ter concretizado como fará a redução sem haver alterações", acrescentou.
"Foi algo que faltou e parece-me que foi omisso propositadamente", afincou Francisco Guerreiro, considerando que "a UE não atingirá esta meta se não se reestruturar" e apostar nestes fundos.
Ainda pelo lado positivo, o eurodeputado destacou o foco nos direitos humanos durante a intervenção, "quando [Ursula von der Leyen] diz que as verbas do orçamento da UE terão de estar ligadas ao Estado de direito", bem como o apoio dado ao povo bielorrusso.
Já pela negativa, Francisco Guerreiro criticou a "cedência comercial à China", com a presidente da Comissão Europeia a ter deixado claro, segundo este responsável, "a necessidade de fazer um acordo comercial" com este país asiático.
Para Francisco Guerreiro, apesar de "estar sob fortes pressões de várias forças, como industriais e de países conservadores", Ursula von der Leyen tem "a bússola bem orientada" na liderança da UE, ao conseguir "agregar força maioritária para avançar em diferentes matérias".
"O problema está nos detalhes. Veremos como [este discurso] depois se concretiza no papel", adiantou à Lusa.
O Parlamento Europeu foi hoje palco do discurso sobre o Estado da União, o primeiro proferido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro realizado em Bruxelas, devido à covid-19, o tema incontornável este ano.
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