WWF: 'São agora 110 os subscritores domanifesto por uma recuperação económica justa e sustentável em Portugal'
Manifesto publicado na semana passada foi subscrito por mais 15 entidades e individualidades ao longo da semana, reforçando o pedido ao Governo de uma recuperação económica que assegure uma sociedade mais justa, mais eficiente no consumo de recursos e mais resiliente. ONGs europeias lançam petição pública com o mesmo pedido à Comissão Europeia
Mais de 15 novas entidades e indivíduos assinaram ao longo da semana passada o ‘Manifesto por uma Recuperação Económica Justa e Sustentável em Portugal’, como é o caso do Eurodeputado Francisco Guerreiro, da atriz joana Seixas e do Centro Helen Keller, um número com tendência para crescer nos próximos dias, à medida que se discutem as medidas a implementar na reabertura da economia portuguesa. São já 110 os subscritores que pedem ao Governo Português para enfrentar esta crise sem precedentes com união, coragem política e inovação.O promotor deste manifesto, a ANP|WWF, está a preparar uma proposta de medidas concretas para a recuperação económica para análise dos gabinetes do Primeiro-Ministro, Ministro do Ambiente e Ação Climática, Ministro da Economia e Ministra da Agricultura. As medidas incluem o investimento em maior eficiência energética, eletrificação dos transportes, sistemas alimentares sustentáveis, restauro ecológico, etc., e excluem o investimento em infraestruturas pesadas (estradas, aeroportos, barragens, etc.), combustíveis fósseis (incluindo isenções fiscais), agricultura de grande escala e intensidade, entre outros.
Por toda a Europa, pedidos semelhantes repetem-se nos diferentes países, sendo o mais recente um pedido conjunto feito à Comissão Europeia por 10 organizações não governamentais, entre as quais a WWF (World Wide Fund for Nature), a Greenpeace, a Health and Environment Alliance e a BirdLife Europe. A petição, lançada também em português, reitera a necessidade dos governos não voltarem ao “business as usual”, respondendo à crise com um modelo económico que “fomenta as desigualdades sociais, compromete a saúde e que tem levado a natureza e o nosso planeta ao colapso”.
O apelo deixado aos líderes políticos é para que “desenvolvam planos europeus e nacionais de Recuperação Sustentável”, o que implica aumentar as politicas contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade na UE, e a nível nacional, não fazer resgates a indústrias inviáveis ou poluentes que não têm futuro na economia de amanhã, como setores com elevadas emissões de carbono e outros potenciais poluentes como a agricultura intensiva.
As ONGs apelam para que se estabeleça um fundo de recuperação verde apoiado por todas as ferramentas financeiras europeias para financiar uma recuperação verde e justa, e a orientação do investimento publico e privado para acelerar a transição de sectores poluentes para verdes.
Pedem ainda ao Banco de Investimento Europeu que coloque as suas políticas de empréstimos em linha com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu até ao final de 2020, devendo todos os planos de recuperação colocar o bem-estar das pessoas no coração da resposta à crise, fornecendo benefícios sociais e protegendo os direitos dos trabalhadores através de uma “transição justa para todos”.
Este apelo está aberto a signatários de organizações aqui.
Ao todo, 13 governos europeus, Membros do Parlamento Europeu, o Clube de Roma, cientistas, ONGs, 200 representantes de negócios e políticos, empresas energéticas, entre outros, têm subscrito pedidos e cartas que dão eco à necessidade de um plano de recuperação económica que integre a transição verde. Em Portugal o Manifesto reúne já 110 organizações e entidades que querem uma economia diferente para Portugal.
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