Barlavento: UNESCO não vai reconhecer touradas como Património da Humanidade
A UNESCO revelou que não reconhecerá as touradas como Património Cultural Imaterial da Humanidade em necessidade de salvaguarda urgente, tal como pedido pela associação espanhola International Tauromaquia Association.
A UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – revelou que não reconhecerá as touradas como Património Cultural Imaterial da Humanidade em necessidade de salvaguarda urgente, tal como pedido pela associação espanhola International Tauromaquia Association.
A revelação foi feita por uma fonte interna da UNESCO ao eurodeputado Francisco Guerreiro, que indicou que o assunto não chegará a ser debatido nem pelo secretariado, nem pela comissão responsável.
A decisão surge depois da UNESCO questionar o governo espanhol sobre a urgência da classificação por iminência do desaparecimento da atividade no país, sugestão que foi liminarmente rejeitada pelo executivo espanhol.
«A UNESCO fez o seu trabalho e percebeu que não há qualquer risco de extinção da indústria tauromáquica, em Espanha, logo o principal argumento utilizado pela International Tauromaquia Association era falso. Infelizmente, a prática vai manter-se, mas felizmente, não será distinguida pela UNESCO», explicou Francisco Guerreiro.
Existem assim 54 propostas que serão discutidas, sem contemplar a tauromaquia, na 15ª sessão da Comissão para a Proteção do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que se realiza de 14 a 19 de dezembro, na sede da própria organização em Paris.
A discussão sobre o assunto iniciou-se no Parlamento Europeu em setembro devido à carta de contestação redigida por Francisco Guerreiro e enviada à Diretora-Geral da UNESCO, subscrita também por 61 eurodeputados de seis das sete famílias políticas europeias, incluindo também as assinaturas dos vice-presidentes dos Verdes/ALE, Ska Keller e Philippe Lamberts.
«O cerco continua a apertar ao sector tauromáquico e o seu desespero é claro pois o pedido, para ser Património Cultural Imaterial da Humanidade, foi baseado em falsos pressupostos e é contrário aos próprios princípios de não violência da UNESCO», conclui Francisco Guerreiro.
Esta rejeição afigura-se como mais um golpe ao setor tauromáquico, juntando-se ao recente corte dos subsídios europeus agrícolas (aos chamados «pagamentos associados» a serem recebidos pelos agricultores) para a produção de touros para fins tauromáquicos, aprovado na semana passada pelo Parlamento Europeu durante as votações para a nova Política Agrícola Comum (PAC).
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